Mario Machel

Mário Fernando Carlos Machel ou simplesmente Mário Machel, nasceu aos 12 de Fevereiro de 1955, na então Lourenço Marques, actualmente Cidade de Maputo, na Maternidade Indígena do Hospital Central Miguel Bombarda, actualmente Hospital Central de Maputo. Com apenas três meses de idade, sua mãe o levou a localidade de Lionde, no Distrito de Chókwe – Província de Gaza, onde residiam os seus pais.

Aos cinco anos, isto em 1960, iniciou os seus estudos primários na Escola Paroquial de Lionde, onde frequentou a pré-primária e 1ª classe, respetivamente.

Em 1963 foge misteriosamente para a casa do seu tio-avô, Moisés Mandande Machel (mais conhecido por vovô Mosse), na Aldeia da Madragoa, atual Aldeia de Chilembene, se juntando aos seus irmãos Humberto e Maria Luísa, que já se encontravam a residir e estudar na Escola Primária da Aldeia de Chilembene à guarda do Vovô Mosse, enquanto aguardavam e conclusão e inauguração da casa dos seus pais naquela mesma aldeia. Como não conseguiu matricular-se nesse ano na escola oficial, continuou os seus estudos na 2ª classe na Escola Oficial da Aldeia da Madragoa, tendo, após algumas avaliações, frequentando em simultâneo a 2ª e 3ª classes nesse mesmo ano.

Em 1967, conclui os seus estudos primários, na Casa de Alvenaria do Colonato do Limpopo, e foi coincidentemente neste mesmo tempo que ele começa a escutar à Rádio Voz da FRELIMO e saber que que o seu tio Samora Moisés Machel era um dos comandantes daquela organização político-militar e que, segundo os mitos daquela época, na companhia do Presidente Eduardo Chivambo Mondlane, sobrevoavam a província de Gaza, em visitas de verificação e tranquilização das famílias moçambicanas, em particular aos seus familiares diretos, isto em referência aos cometas e estralas do céu.

Em 1968 iniciou os seus estudos secundários, no Colégio Liceu Carmelo de Santa Teresinha da Vila/Cidade Trigo de Morais, actualmente, Cidade de Chókwe, Província de Gaza, e foi nessa época que se juntou aos alunos de raça negra, tais os casos do Coronel-Médico, Dr. Plácido da Conceição Maholela; Dra. Luísa Tivane; Julinha Tivane; Conceição Lumbela; Adérito José Reis Simango; Pascoal Dava; Rosária Lumbela; e Angelina José Luís Chissano e também Alberto “Betinho” Chissano, filhos do Primeiro Oficial dos Registos Civís, José Luis Chissano, irmão do antigo presidente de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano. Aqui também se juntou a sua irmã Maria Luisa Carlos Machel e seu primo Paulo Francisco Zucula, este último, vindo do Seminário da Namaacha.

Porque o seu interesse e envolvimento politico, sobre os progressos da luta de libertação nacional, uma vez descoberto pelos seus professores que ele trazia discursos e documentos importantes da FRELIMO na sua pasta escolar, para distribuir e espalhar em alguns lugares definidos e estratégicos, pouco tempo após a trágica morte do Presidente da Frelimo, Dr. Eduardo Mondlane, Mário Machel foi retirado da sala de aulas e conduzido a reitoria afim de ser interrogado, enquanto aguardava a chegada de seu pai que fora convocado pela Madre Superior daquela instituição de ensino. Feitos os interrogatórios, Mário recebeu uma suspensão imediata das aulas e foi conduzido a esquadra onde foi detido e encarcerado por três semanas, de onde só veio a ser solto graças a intervenção do Administrador do Distrito que era pai do seu colega, e amigo, Coelho. Daí em diante passou a sofrer perseguições constantes e, em 1972 abandonou o colégio para passar a viver em Lourenço Marques, onde veio a fazer o nível pré-universitário, no Liceu Salazar.

Em 1974, como militante e membro efectivo da Frelimo, sendo responsável da sede do Grupo Dinamizador no Bairro Choupal – 25 de Junho, recebe os primeiros guerrilheiros da FRELIMO, bem como a delegação chefiada por Joaquim Chissano.